(TEXTO RETIRADO DO LIVRO ADOLESCENTE E FAMÍLIA - ARQUIDIOCESE DE MARINGÁ)
"No mundo existem muitas vozes a nos chamar, ensinando-nos a ser egoístas. Mas na vida algo de diferente precisa acontecer. Aos 17 anos, comecei a frequentar os encontros de Crisma. Antes de ir até lá, pensava que seria mais um encontro monótomo. Mas Deus me surpreendeu já na primeira leitura que a catequista trabalhou: Atos dos Apóstolos 9, 1-20, texto que fala da conversão-vocação de Saulo.
Naquele dia, a Palavra veio como flecha em meu coração, na minha experiência de queda... Como Saulo, eu estava cega. Além de ferida diante de uma família desfeita pelo divórcio, estava cheia de mágoa e culpava meu pai por tudo.
Embora minha mãe tivesse me ensinado a rezar, deixei de fazê-lo devido aos questionamentos de meus colegas: por que rezar o Pai-Nosso se o teu pai não existe para ti? Todavia, na Crisma a catequista sempre nos dava capítulos ou versículos para refletirmos durante a semana e partilharmos no dia do encontro seguinte.
Lembro-me de, naquele dia, que a Palavra para meditar falava sobre o perdão, mas não passeia a semana refletindo, meditei apenas quando estava próximo de acontecer o encontro. E vi o quanto precisava perdoar o meu pai. Fazia 11 anos que não falava com ele.
Após a partilha com o grupo da Crisma, aconteceu um momento de adoração. Diante de Jesus Eucarístico, tomei a decisão de ir ao encontro do meu pai. Chegando à casa dele, não dei tempo para ele falar, comecei a pedir perdão por todas as acusações que eu lhe fizera. Disse-lhe que eu o perdoava e desejava recomeçar; reconhecia o tempo perdido e disse-lhe em alto e bom som: "eu te amo".
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